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Espaço reflexão “A moda afrourbebrasileira do século XXI”

Dia 18 de dezembro, às 16h30, acontece, no Espaço Reflexão, a conversa A moda afrourbebrasileira do século XXI. Tradições e apropriações. Causa e efeito, realizado pela Revista O Menelick, sob mediação de Nabor Jr. e Renata Filinto.

“É possível afirmarmos que existe hoje no Brasil uma moda afrobrasileira? Quais as tradições e apropriações que a cercam? Quais as causas e efeitos desta moda?”

Quando se pensa em uma possível moda que possamos chamar de afro ou de afro-brasileira, provavelmente, vem a cabeça de muitas pessoas as vestimentas confeccionadas em tecidos multicoloridos, com estampas geometrizantes ou repleta de símbolos abstratos e feitas a partir de cortes amplos, largos. Bem extravagante como, de acordo com o senso comum, é o povo africano e, portanto, o afro-brasileiro. Talvez sim, possa ser isso. Porém, dois dados são muito pertinentes para se pensar sobre essa moda afro. O primeiro é que, em geral, estes tecidos são produzidos em países como Holanda e Bélgica e, inicialmente, foram idealizados para atender ao mercado indiano sendo, posteriormente, oferecidos aos africanos e indo ao encontro do gosto estético de algumas populações africanas. O outro é que estas roupas que povoam o imaginário de vestimenta afro-brasileira são africanas, da África, e nós não somos africanos por mais que haja um coro reforçando esta ideia.

Quando se pensa em Brasil não se deve perder de vista a questão da diáspora africana, ou seja, o espalhamento do povo africano pelo mundo, se amalgamando às outras populações, de africanos ou não, se “antropofagizando”, se urbanizando. Desta maneira, para se pensar em uma moda afro no Brasil, entre as suas várias possibilidades de interpretações, se devem considerar a população negra que vive nas cidades, nos grandes centros urbanos, na periferia ou não, que trabalha, estuda, sai para curtir a noite, se locomove de ônibus, carros, metrôs e trens e que observa na paisagem circundante pessoas em situação de rua, prédios, casas, fábricas, comércios, muros, favelas, abandonados ou não, e interferidos pela arte (ou não arte) feita em spray e cartazes.

CONVIDADOS
Jaergenton de Souza Correa – Ateliê Hagadimae Despig
Tenka Dara – Baobá brasil

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